segunda-feira, 25 de agosto de 2025

🔐 Ethics and privacy

Metaversos na Educação

Metaversos na Educação

Potencial, limites e cuidados

Publicado em 31 de julho de 2023 • por Romero Tori

Desde os anos 2000, com o impacto do Second Life, a utilização de metaversos na educação tem sido objeto de reflexão. Esse entusiasmo arrefeceu na década seguinte, mas ressurgiu com intensidade nos anos 2020, impulsionado pelo amadurecimento da inteligência artificial, da realidade virtual, pela proliferação das redes sociais e pelo uso massivo dos smartphones — sinais de que o metaverso poderá configurar uma nova geração de redes sociais.

Contudo, este retorno traz também:

  • Desinformação;
  • Ambiguidades conceituais;
  • Promessas não fundamentadas.

Nesse sentido, é urgente clarificar as terminologias e avaliar as potencialidades educativas dos metaversos com base no conhecimento científico-académico. Este estudo recupera princípios de mídias baseadas em ambientes virtuais imersivos e multiutilizadores, discutindo criticamente possibilidades, limites e as precauções necessárias para a sua implementação em contextos educativos.

📙 Ler o artigo completo
Desafios: ética, privacidade, equidade, inclusão e proteção de dados de jovens
Ética e privacidade; equidade e acesso; inclusão; risco de ampliar desigualdades; proteção de dados de crianças e jovens.

segunda-feira, 18 de agosto de 2025

Módulo IV. Mediador EFA

Avaliação de Conhecimentos — Tema 1

Módulo I. Contextualização dos Cursos de EFA

Enunciado: Com base nos objetivos que constam no Sistema Nacional de Qualificações (SNQ), fundamente a sua opinião.

Apesar de Portugal ter dado passos importantes na qualificação da sua população, continuamos com um atraso estrutural em relação a outros países europeus. [...]

Conclusão

O SNQ constitui uma estratégia estruturante e indispensável. Permite alinhar Portugal com padrões europeus, reforçar qualificações relevantes e criar melhores condições de vida para os cidadãos. A sua eficácia depende da articulação prática das medidas, mas representa um compromisso com o futuro do país.

Avaliação de Conhecimentos — Tema 2

Módulo II. Enquadramento dos Cursos EFA

Enunciado: Explique o Desenho do Referencial de Competências-Chave para a Educação e Formação de Adultos – Nível Secundário (2006) segundo a figura apresentada.

No desenho do Referencial de Competências-Chave, o centro da figura é ocupado pelo “Adulto em situações de vida”. [...]

Conclusão

A análise confirma a pertinência do modelo, ao colocar o adulto no centro e articular áreas de conhecimento, competências técnicas e valores sociais. É um dispositivo coerente com a realidade portuguesa, assegurando percursos úteis, relevantes e alinhados com a sociedade do conhecimento.

Avaliação de Conhecimentos — Tema 3

Módulo III. Características dos Cursos EFA

Enunciado: Em que consistem os referenciais de competências-chave de educação e formação de adultos, quais os seus objetivos e a quem se destinam?

Os Referenciais de Competências-Chave para a Educação e Formação de Adultos (RCC-EFA) são instrumentos normativos e pedagógicos [...].

Conclusão

Os RCC-EFA representam um quadro integrador que valoriza a experiência de vida e reconhece a pluralidade de saberes. A investigação mostra que reduzem desigualdades, reforçam cidadania e empregabilidade, sendo um dispositivo estratégico para uma aprendizagem inclusiva e transformadora.

Avaliação de Conhecimentos — Tema 4

Módulo IV. O Mediador EFA

O mediador EFA atua como facilitador e orientador do processo formativo, garantindo a valorização da experiência e o acompanhamento pedagógico do adulto. Para ilustrar esta função, foram produzidos dois trabalhos:

Trabalho 1 — Portefólio Reflexivo de Aprendizagem (PRA)

Documento que organiza a história de vida, as aprendizagens e as evidências do formando, constituindo um instrumento reflexivo de validação e certificação.

📄 Ver PDF completo — Guião PRA

Trabalho 2 — Guia de Utilização do PRA (Formadores)

Guia pedagógico que orienta mediadores e formadores na utilização do PRA, estimulando a autorreflexão, a autonomia e a validação estruturada das competências.

📄 Ver PDF completo — Guia para Formadores

Conclusão

A articulação entre o PRA e o papel do mediador EFA mostra que o processo é mais do que administrativo: é pedagógico e transformador. O adulto é reconhecido como protagonista da aprendizagem, enquanto o mediador assegura coerência, motivação e valorização de experiências, criando percursos que conciliam certificação e identidade pessoal.

Módulo III – Características dos Cursos EFA

Avaliação de Conhecimentos — Tema 3

Módulo III. Características dos Cursos EFA

Enunciado

Em que consistem os referenciais de competências-chave de educação e formação de adultos, quais os seus objetivos e a quem se destinam?

Resposta — Pergunta 1

Os Referenciais de Competências-Chave para a Educação e Formação de Adultos (RCC-EFA) são instrumentos normativos e pedagógicos concebidos para enquadrar, de forma coerente e sistemática, os processos de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências (RVCC) e a estrutura curricular dos Cursos de Educação e Formação de Adultos.

A sua origem inscreve-se na necessidade de combater a subcertificação escolar e a baixa qualificação da população adulta em Portugal, historicamente identificada como um dos principais entraves ao desenvolvimento económico, social e cultural do país. Estão alinhados com políticas e recomendações nacionais e europeias, nomeadamente a Declaração de Copenhaga (2002) e a Recomendação do Conselho da União Europeia sobre as Competências Essenciais para a Aprendizagem ao Longo da Vida (2006, atualizada em 2018).

Em que consistem

Na sua essência, os RCC-EFA constituem-se como quadros de referência que:

  • Definem áreas de competências-chave fundamentais para integração social, cidadania ativa e desempenho profissional qualificado;
  • Organizam unidades de competência com critérios de evidência, permitindo avaliar aprendizagens adquiridas ao longo da vida;
  • Servem como base curricular para percursos de formação flexíveis, adaptados ao perfil de cada adulto;
  • Integram saberes escolares e experienciais, reconhecendo conhecimentos académicos e adquiridos pela experiência.

Áreas de Competências

Nível Básico (B1, B2, B3):

  • Cultura, Língua e Comunicação (CLC)
  • Competência Digital (CD)
  • Matemática, Ciências e Tecnologia (MCT)
  • Cidadania e Empregabilidade (CE)
  • Competências Pessoais, Sociais e de Aprendizagem (CPSA — transversal)

Nível Secundário:

  • Cidadania e Profissionalidade (CP — transversal e integradora)
  • Sociedade, Tecnologia e Ciência (STC)
  • Cultura, Língua e Comunicação (CLC)

Objetivos

a) Reconhecimento e valorização de aprendizagens prévias — Permitir o reconhecimento formal de competências adquiridas em contextos diversificados.

b) Estruturação de percursos formativos personalizados — Criar percursos ajustados às necessidades e ritmos de aprendizagem de cada adulto.

c) Promoção de desenvolvimento pessoal, social e profissional — Estimular pensamento crítico, resolução de problemas, colaboração e adaptabilidade.

Destinatários

Os RCC-EFA destinam-se a adultos (≥18 anos) que:

  • Não concluíram o ensino básico ou secundário e procuram certificação escolar;
  • Têm experiência de vida e trabalho que pode ser validada como equivalente a qualificações formais;
  • Estão empregados, desempregados ou em reconversão profissional;
  • Apresentam baixos níveis de literacia e numeracia, encontrando no nível B1 uma primeira etapa de reintegração qualificante.

Dimensão humanista e científica

Os RCC-EFA integram uma perspetiva humanista e construtivista, reconhecendo a história de vida do adulto e promovendo o empoderamento, a reflexão crítica e a construção de projetos pessoais e profissionais com sentido. Apoiam-se em evidência científica sobre aprendizagem experiencial (Kolb, 1984) e validação de aprendizagens não formais e informais como fator de inclusão e empregabilidade (Cedefop, 2015).

Conclusão

Os referenciais de competências-chave para a Educação e Formação de Adultos representam mais do que um instrumento técnico: são um quadro integrador que valoriza a experiência de vida, promove percursos personalizados e reconhece a pluralidade de saberes. A investigação demonstra que, quando bem aplicados, contribuem para reduzir desigualdades de qualificação, reforçar a cidadania e melhorar a empregabilidade. Assim, os RCC-EFA afirmam-se como um dispositivo estratégico para uma aprendizagem ao longo da vida que é simultaneamente inclusiva, transformadora e alinhada com os desafios sociais e económicos do século XXI.

Bibliografia

  • ANQEP, I.P. (2020). Referencial de Competências-Chave de Educação e Formação de Adultos – Nível Básico. Lisboa: ANQEP.
  • Direcção-Geral de Formação Vocacional (2006). Referencial de Competências-Chave para a Educação e Formação de Adultos – Nível Secundário. Lisboa: DGFV.
  • Direcção-Geral de Formação Vocacional (2006). Guia de Operacionalização do Referencial de Competências-Chave para a Educação e Formação de Adultos – Nível Secundário. Lisboa: DGFV.
  • Comissão Europeia (2018). Recomendação do Conselho sobre as Competências Essenciais para a Aprendizagem ao Longo da Vida. JOUE C 189 de 4.6.2018.
  • Cedefop (2015). European guidelines for validating non-formal and informal learning. Luxembourg: Publications Office of the European Union.
  • Kolb, D. A. (1984). Experiential Learning: Experience as the Source of Learning and Development. Englewood Cliffs, NJ: Prentice Hall.

Módulo II – Enquadramento dos Cursos EFA

Avaliação de Conhecimentos — Tema 2

Módulo II. Enquadramento dos Cursos EFA

Enunciado

Explique o Desenho do Referencial de Competências-Chave para a Educação e Formação de Adultos – Nível Secundário (2006) segundo a figura apresentada.


Fonte: Adaptado do Referencial de Competências-Chave para a Educação e Formação de Adultos – Nível Secundário (2006)

Resposta — Pergunta 1

No desenho do Referencial de Competências-Chave para a Educação e Formação de Adultos – Nível Secundário (2006), o centro da figura é ocupado pelo “Adulto em situações de vida”, simbolizando que a formação parte sempre das experiências, necessidades e contextos reais do formando adulto.

A partir deste núcleo central, desenvolvem-se três áreas operatórias:

  • Sociedade, Tecnologia e Ciência (STC) – abrange saberes científicos, tecnológicos e sociais, promovendo pensamento crítico e aplicação prática no quotidiano e no trabalho.
  • Cultura, Língua e Comunicação (CLC) – desenvolve competências de comunicação oral e escrita, literacia digital e capacidade de interpretar e produzir informação em diferentes contextos.
  • Formação Tecnológica (FT) – orientada para a aquisição de competências técnicas específicas relacionadas com um perfil profissional de saída, articulando a formação de base com a qualificação profissional.

A Língua Estrangeira surge como elemento transversal complementar, ligada a todas as áreas, reforçando a comunicação intercultural e a mobilidade.

A envolver todo o esquema, a Cidadania e Profissionalidade atua como dimensão transversal que integra valores, atitudes e comportamentos de cidadania ativa, ética e responsabilidade social, aplicáveis à vida pessoal, social e profissional.

O modelo evidencia que as áreas estão interligadas, promovendo aprendizagens integradas e contextualizadas. Esta abordagem operacionaliza os princípios da aprendizagem ao longo da vida e da dupla certificação, no quadro do Sistema Nacional de Qualificações.

Conclusão

A análise do enquadramento dos Cursos EFA confirma que a centralidade do adulto, associada à articulação entre dimensões operatórias e transversais, constitui uma resposta pedagógica ajustada às exigências de uma sociedade em transformação. A investigação evidencia que este modelo potencia não apenas a qualificação académica e profissional, mas também a valorização pessoal e social dos formandos, promovendo aprendizagens significativas ao longo da vida. Assim, os Cursos EFA afirmam-se como um dispositivo estratégico de inclusão, inovação e desenvolvimento sustentável no contexto português.

Bibliografia

  • Gomes, Maria do Carmo (coord.) (2006). Referencial de Competências-Chave para a Educação e Formação de Adultos – Nível Secundário: Guia de operacionalização. Lisboa: Direção-Geral de Formação Vocacional.
  • Rodrigues, Sandra Pratas (2009). Guia de Operacionalização de Cursos de Educação e Formação de Adultos. Lisboa: Agência Nacional para a Qualificação, I.P.

Atividade 1- Módulo I. Contextualização dos Cursos de EFA

Avaliação de Conhecimentos — Tema 1

Módulo I. Contextualização dos Cursos de EFA

Enunciado.

Apesar dos progressos realizados, a realidade nacional e os ritmos de evolução em matéria de qualificações continuam muito longe dos níveis dos países mais desenvolvidos, não assegurando ao país as condições necessárias ao seu desenvolvimento, no contexto de uma economia global cada vez mais baseada no conhecimento.

Tornou-se, pois, essencial encontrar soluções inovadoras no plano dos objetivos, nos modos de organização e nos meios utilizados, para superar as dificuldades e conseguir aumentar rápida e sustentadamente as competências dos portugueses e os seus níveis de qualificação.

Com base nos objetivos que constam no Sistema Nacional de Qualificações (SNQ) fundamente a sua opinião.

Resposta — Pergunta 1

Apesar de Portugal ter dado passos importantes na qualificação da sua população, continuamos com um atraso estrutural em relação a outros países europeus. Este défice não é apenas um número nas estatísticas — significa menos oportunidades para as pessoas, menor competitividade para as empresas e mais dificuldade em acompanhar as exigências de um mundo onde o conhecimento e a inovação ditam o ritmo.

O Sistema Nacional de Qualificações (SNQ) foi criado precisamente para mudar este cenário. É uma estrutura que junta diferentes entidades, ferramentas e modalidades de formação com um objetivo claro: aumentar o nível de escolaridade e qualificação dos portugueses, de forma coerente e alinhada com o Quadro Europeu de Qualificações.

O SNQ aposta em soluções concretas e práticas, como:

  • Dupla certificação, para que as pessoas saiam dos percursos formativos com um diploma escolar e uma certificação profissional;
  • Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências (RVCC), que valoriza tudo o que já se aprendeu ao longo da vida, mesmo fora da escola;
  • Catálogo Nacional de Qualificações (CNQ), sempre atualizado para corresponder ao que o mercado de trabalho realmente precisa;
  • Quadro Nacional de Qualificações (QNQ), que organiza os níveis de qualificação e garante que têm valor e reconhecimento em toda a Europa;
  • Ferramentas como o Passaporte Qualifica e o Sistema Nacional de Créditos, que dão flexibilidade e permitem avançar na aprendizagem de forma mais adaptada a cada pessoa.

Estas medidas não ficam no papel: contam com o trabalho articulado de várias entidades, como a ANQEP, os Centros Qualifica, a DGERT e o IEFP, para garantir que tudo funciona na prática.

No fundo, o SNQ não é só uma estratégia educativa — é um compromisso com o futuro. É criar condições para que mais portugueses tenham qualificações relevantes, que lhes abram portas no mercado de trabalho, melhorem a sua vida e, ao mesmo tempo, fortaleçam o desenvolvimento económico e social do país.

Assim, considero que os objetivos do SNQ são não só adequados como indispensáveis, pois respondem de forma estruturada e integrada às fragilidades do país em matéria de qualificações, aproximando-nos dos padrões europeus e preparando-nos para os desafios de uma economia baseada no conhecimento.

Conclusão.

Em síntese, o SNQ é o instrumento certo para recuperar o atraso qualificacional do país. Ao articular dupla certificação, RVCC, CNQ e QNQ, orienta a oferta para necessidades reais e cria percursos flexíveis e cumulativos. Persistem desafios — atualização ágil do CNQ, cobertura dos Centros Qualifica e monitorização de resultados — mas o enquadramento é adequado e necessário para uma economia assente no conhecimento e para melhores trajetórias de vida.

terça-feira, 24 de junho de 2025

📝 Reflexão Final – UC Avaliação em Contextos de eLearning- Tema 4 Final

📘 Reflexão Final - Unidade Curricular “Avaliação em Contextos de eLearning”

Maria Sousa Videira · Mestrado em Pedagogia do eLearning – Universidade Aberta. REFLEXÃO EM PDF

Atividade 4

🟦 Introdução

O que fiz na unidade curricular de «Avaliação em Contextos de eLearning» foi reunir reflexões críticas que me permitiram interagir de forma teórico-prática sobre dimensões fundamentais da avaliação digital. Trabalhei quatro temas centrais: mudança de paradigma, autenticidade da avaliação online, desafios éticos da Inteligência Artificial, e concepção de planos avaliativos sustentáveis. A participação exigiu investigação rigorosa e atitude inovadora, articulando teoria, prática e colaboração com colegas.

📘 Atividade 1 – Caminhos de mudança na avaliação pedagógica

A análise crítica dos textos de Pinto (2016) e Boud (2020) mostrou que a avaliação tradicional exige revisão profunda em prol de abordagens formativas, éticas e dialógicas. A discussão no fórum foi espaço de partilha construtiva e a redação colaborativa revelou-se um exercício essencial de síntese e posicionamento académico.

📙 Atividade 2 – Avaliação online e autenticidade

Trabalhei em grupo a autenticidade na avaliação, com base no capítulo 9 de Conrad e Openo (2018). Criámos um infográfico com ideias-chave, promovendo a colaboração e o uso intencional de ferramentas digitais. A experiência confirmou que a avaliação pode ser envolvente, significativa e transformadora.

📗 Atividade 3 – Avaliação e Inteligência Artificial

Desenvolvi um ensaio académico coautorado com o ChatGPT, com base em Felix & Webb (2024), Swiecki et al. (2022) e Boud & Soler (2015). A IA foi usada com intencionalidade pedagógica e sentido ético. O fórum de discussão revelou diferentes perspetivas e confirmou o potencial crítico da IA quando usada com responsabilidade.

📒 Atividade 4 – Desenho de um plano de avaliação online

Em grupo, concebi um plano de avaliação para um curso online, aplicando os modelos PrACT e ADDF. Foram definidos objetivos, critérios e instrumentos de forma coerente com os princípios de sustentabilidade, equidade e diversidade. O feedback entre pares foi crucial na melhoria contínua do trabalho.



🤝 Avaliação por Pares – Atividade de Grupo (Tema 4)

No âmbito da atividade de grupo do Tema 4, o nosso Grupo J desenvolveu o plano de avaliação “Partilhar Saberes com IA”, concebido para um público sénior e fundamentado no Modelo PrACT (Amante et al., 2017). O plano foi publicado no fórum da UC e incluiu fundamentação teórica, matriz de avaliação, rubricas e estratégias de feedback.

Recebemos comentários críticos e construtivos de vários colegas (Grupos C, B, D e G), que valorizaram a adaptação pedagógica ao público-alvo, o uso do feedback multimodal, a proposta de um e-book coletivo e a intencionalidade inclusiva do plano. As sugestões de melhoria incidiram na explicitação da negociação dos critérios de avaliação e no reforço das referências teóricas no plano.

O nosso grupo respondeu de forma reflexiva e fundamentada a cada comentário, evidenciando diálogo académico e compromisso com a melhoria contínua. Este processo demonstrou o valor da coavaliação em contexto digital e o papel formativo da interação entre pares.

Esta experiência foi profundamente enriquecedora e alinhada com os princípios da avaliação participativa, responsiva e ética que a UC promove.

🔍 Pontos Fortes, Aprendizagens e Melhorias

Reforcei a ideia de que a avaliação é um processo dialogante, formativo e ético. Cresci na análise crítica dos instrumentos avaliativos e no uso consciente da tecnologia. Uma área de melhoria é a aplicação mais sistemática e contextualizada dos modelos estudados. Pretendo continuar a explorar formas de avaliação autêntica e participativa.

📈 Autoavaliação

A minha participação foi marcada pelo compromisso, pensamento crítico e envolvimento ativo. Colaborei nos fóruns, cumpri prazos e estive disponível para apoiar colegas. A produção do ensaio académico com IA e o trabalho de grupo com o plano de avaliação permitiram consolidar aprendizagens relevantes. Esta UC teve um impacto notável no meu crescimento académico e profissional.

🟩 Conclusão

Esta unidade curricular foi um espaço de reorientação profunda. Reforcei a convicção de que a avaliação deve ser sensível, intencional e centrada no desenvolvimento do estudante. Levo comigo ferramentas operacionais e críticas para desenhar modelos justos e sustentáveis. O trabalho no Blogger exigiu dedicação, mas revelou-se uma ferramenta valiosa de organização e visibilidade académica. Saio mais preparada para uma prática pedagógica digital, ética e transformadora.

Maria Sousa Videira
Mestrado em Pedagogia do eLearning – Universidade Aberta

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quinta-feira, 5 de junho de 2025

📘 Reflexão Final do 1.º Ano do Mestrado em Pedagogia do eLearning

Imagem Reflexão Final

Maria Sousa Videira · Universidade Aberta · 2024/2025

🌐 Um Ano de Aprendizagem Significativa em Rede

Ao concluir o primeiro ano do Mestrado em Pedagogia do eLearning (MPeL) da Universidade Aberta, sinto que percorri um caminho de transformação académica, profissional e pessoal. Este percurso não se limitou à aquisição de conteúdos ou competências técnicas: representou, acima de tudo, uma reconfiguração da minha visão sobre a educação digital, sobre a função docente em ambientes online e sobre o papel das tecnologias na construção de experiências de aprendizagem mais humanas, críticas e inclusivas.

🔍 Ambientes Virtuais: Espaços de Mediação e Cuidado

A unidade curricular Ambientes Virtuais de Aprendizagem desafiou-me a repensar o conceito de “ambiente” na educação digital. Deixei de ver as plataformas apenas como ferramentas e comecei a entendê-las como ecossistemas de interações, habitados por sujeitos humanos e não humanos, como defende Floridi (2014). Neste sentido, compreendi que desenhar um espaço educativo digital é também um gesto ético e pedagógico.

Os debates, as leituras e as reflexões que partilhei nos fóruns assíncronos e no portefólio permitiram-me consolidar ideias centrais: a importância da intencionalidade pedagógica no uso das tecnologias (Moreira & Horta, 2020), o potencial transformador dos ambientes híbridos (UNESCO, 2021), e a urgência de uma mediação docente sensível, cuidadora e criativa (Moreira, 2023).

🧩 Avaliação Digital: Entre Autenticidade e Responsabilidade

Na UC Avaliação em Contextos de eLearning, aprofundei os desafios e possibilidades da avaliação online. Discutimos os limites da avaliação tradicional e explorámos modelos centrados na autenticidade, na personalização e na autorregulação (Conrad & Openo, 2018). Esta unidade levou-me a questionar as práticas avaliativas que reproduzem desigualdades e a defender uma avaliação que promova aprendizagens reais e transformadoras, mesmo em ambientes digitais.

💡 Do Saber Fazer ao Saber Ser Digital

O primeiro ano deste mestrado não me tornou apenas mais competente no uso de ferramentas digitais; tornou-me mais consciente das implicações sociais, éticas e culturais da educação online. Como educadora, sinto a responsabilidade de contribuir para uma prática pedagógica situada, crítica e humanizante, que valorize a escuta, a inclusão e a autonomia dos estudantes.

Percebi que educar no digital implica mais do que adaptar estratégias: é reimaginar a educação a partir de novos paradigmas. Isso inclui considerar as lógicas da infosfera (Floridi, 2014), integrar inteligências artificiais com consciência crítica (Open University, 2024) e fomentar a presença pedagógica, mesmo em ambientes mediados por ecrãs.

📚 Referências

  • Conrad, D., & Openo, J. (2018). Assessment strategies for online learning: Engagement and authenticity. Athabasca University Press.
  • Floridi, L. (2014). The fourth revolution: How the infosphere is reshaping human reality. Oxford University Press.
  • Moreira, A., & Horta, M. J. (2020). Educação e ambientes híbridos de aprendizagem: Um processo de inovação sustentada. Edições Universidade Aberta.
  • Moreira, A. (2023). Era híbrida, educação disruptiva e ambientes de aprendizagem [Vídeo]. YouTube.
  • Open University. (2024). Innovating pedagogy 2024: Open University innovation report 12. The Open University.
  • UNESCO. (2021). Reimaginar os nossos futuros juntos: Um novo contrato social para a educação.

✨ Conclusão: Caminhar com Consciência na Era Digital

Finalizo este ano com a certeza de que o eLearning não é apenas uma modalidade educativa, mas um campo de possibilidades que exige rigor, reflexão e compromisso. O portefólio que fui construindo ao longo dos meses não é apenas um repositório de trabalhos, mas um espelho do meu crescimento como profissional e investigadora.

Com humildade e entusiasmo, sigo para o segundo ano do MPeL com a convicção de que educar — mesmo no digital — continua a ser um ato profundamente humano.

Com um abraço académico e digital,

Maria de Sousa Videira

quarta-feira, 4 de junho de 2025

🌐 Reconfigurar a Formação: A Pedagogia da Presença em Plataformas e Ambientes Digitais

🌐 Ambientação Online e Estrutura da Ação Formativa

É com entusiasmo que dou início à ação formativa que criei no âmbito da unidade curricular Ambientes Virtuais de Aprendizagem do Mestrado em Pedagogia do eLearning da Universidade Aberta. Intitulada Reconfigurar a Formação: A Pedagogia da Presença em Plataformas e Ambientes Digitais, esta proposta foi desenhada como um laboratório pedagógico online que promove a inovação, a mediação e a presença, enquanto elementos fundamentais na transformação das práticas educativas digitais.

Ao longo deste percurso, procurei estruturar um ambiente de aprendizagem virtual que:

  • Potencie a compreensão crítica da presença social como elemento estruturante da aprendizagem em rede;
  • Estimule a exploração de ferramentas digitais para a criação de ambientes interativos e inclusivos;
  • Valorize a curadoria de recursos com base na intencionalidade pedagógica e diversidade dos públicos;
  • Incentive a análise de ambientes híbridos e imersivos, incluindo redes sociais, jogos e espaços colaborativos;
  • Culmine com a conceção e implementação de uma e-atividade formativa, sustentada em pressupostos pedagógicos sólidos e alinhada com os objetivos de formação.

📌 Primeiras Orientações aos Participantes

  1. Ler atentamente o Contrato de Aprendizagem (já disponível em PDF);
  2. Consultar os recursos de apoio disponíveis na plataforma, com destaque para o eBook base e materiais por tema;
  3. Organizar o espaço pessoal de estudo, garantindo uma participação contínua e reflexiva;
  4. Integrar-se nas comunidades digitais de apoio e partilha, desde a ambientação inicial.

🔍 Tema 1: Educação Digital e Ecossistemas de Aprendizagem em Rede

Nesta primeira fase, promovi uma atividade formativa de reflexão sobre o Plano de Ação para a Educação Digital da Comissão Europeia, em articulação com os conceitos desenvolvidos no Tema 1. Os participantes foram convidados a:

  • Identificar os princípios orientadores do plano;
  • Relacionar esses princípios com os desafios atuais da educação digital;
  • Analisar implicações para a prática pedagógica em contextos online.

🧠 Tarefa Proposta no Fórum

Partilhar uma análise crítica ao plano, destacando:

  • Potencialidades e limitações em contexto nacional;
  • Conexões com o Modelo Pedagógico Virtual da UAb;
  • Ideias-chave a integrar no portefólio digital.

📘 Contrato de Aprendizagem

📎 Aceder ao Contrato de Aprendizagem em PDF

📚 Referências Principais do Tema 1

  • Comissão Europeia. Plano de Ação para a Educação Digital.
  • Moreira, J. A., et al. (2020). Educação digital em rede: Princípios para o design pedagógico em tempos de pandemia.

✨ Reflexão Final

Este percurso desafia-me a reconfigurar a minha própria prática como formadora, promovendo uma pedagogia da presença ativa, crítica e transformadora. É nesta articulação entre pensamento e ação, teoria e prática, que se constrói uma formação digital com sentido e com impacto.

Com um abraço académico e digital,
Maria de Sousa Videira · MPeL – Universidade Aberta · 2024/2025

terça-feira, 27 de maio de 2025

Ensaio Académico - Avaliação e Inteligência Artificial-Tema 3

📊 12090 – Avaliação em Contextos de eLearning (2025)

Portefólio académico – Mestrado em Pedagogia do eLearning

Esta página reúne as principais atividades, reflexões, fóruns e ensaios desenvolvidos no âmbito da unidade curricular 12090 – Avaliação em Contextos de eLearning, no ano letivo 2024/2025, no contexto do Mestrado em Pedagogia do eLearning da Universidade Aberta.

Os conteúdos são atualizados automaticamente com base na etiqueta: MPeL_Avaliação em Contextos de Elearning. Ao longo do semestre, esta área refletirá o percurso académico realizado na UC.

🗂️ Publicações do Portefólio

Esta página será enriquecida ao longo do semestre, refletindo os contributos produzidos nas atividades e fóruns desta unidade curricular.

Mestrado em Pedagogia do eLearning – Maria de Sousa Videira · 2024/2025

segunda-feira, 26 de maio de 2025

📌 TEMA 3 – Plataformas Digitais, Ambientes Virtuais 3D, Redes Sociais e Jogos Digitais

📌 TEMA 3 – Plataformas Digitais, Ambientes Virtuais 3D, Redes Sociais e Jogos Digitais

UC 12093_24_01 – Ambientes Virtuais de Aprendizagem
📅 05 de maio a 08 de junho de 2025

🌐 Sinopse e Objetivos de Aprendizagem

Este tema propõe uma exploração aprofundada das plataformas digitais, ambientes virtuais 3D, redes sociais e jogos digitais, promovendo o seu uso consciente e criativo na construção de experiências educativas inovadoras e inclusivas.

📋 Plano de Trabalho

  • FASE 1: Autoaprendizagem (05 a 11 de maio)
  • FASE 2: Discussão em Fórum (12 a 18 de maio)
  • FASE 3: Missão VirtualLIFE no Second Life (20 de maio)
  • FASE 4: Desenvolvimento de AVA 3D (26 maio a 01 junho)
  • FASE 5: Atualização do Portefólio Digital (02 a 08 junho)

🎮 Jogos Digitais e Aprendizagem

A aprendizagem através de jogos digitais envolve elementos como imersão, agência, ludicidade, narrativa e gamificação. Este tema desafia-nos a incorporar estes conceitos de forma crítica no desenho pedagógico.

🧠 Reflexão Académica: A Experiência no Second Life

A Missão VirtualLIFE 2025 permitiu-me vivenciar um ambiente tridimensional colaborativo, refletindo sobre a sua aplicabilidade no contexto educativo. O Second Life apresentou-se como um espaço de aprendizagem simbólica e social, onde o conceito de presença digital se materializa de forma envolvente.

Tori (2023) destaca que o metaverso deve ser integrado de forma crítica. Devemos considerar a presença social, cognitiva e pedagógica (Garrison et al., 2000) como pilares essenciais da inovação significativa.

Captura da Missão VirtualLIFE

🖼️ Participação no ambiente virtual 3D – Second Life

📚 Referências

  • Garrison, D. R., Anderson, T., & Archer, W. (2000). The Internet and Higher Education, 2(2–3), 87–105. DOI
  • Schlemmer, E., & Moreira, J. A. (2020). Educação & Realidade, 45(4), e98378. DOI
  • Tori, R. (2023). Metaverso, realidade virtual e educação. São Paulo: Penso.

quarta-feira, 21 de maio de 2025

Reflexão e Aprendizagem com a Atividade 1 – Tema 1

📘 Reflexão e Aprendizagem com a Atividade 1 – Tema 1

Metodologia de Investigação em Contextos Online (UC 12089)

A realização da Atividade 1 no âmbito do Tema 1 – E-Investigação: Conceitos e Princípios Fundamentais – constituiu um primeiro desafio crucial no meu percurso académico. Obtive a classificação de 3,3 valores, com um comentário claro da Professora Teresa Cardoso que me permitiu identificar pontos fortes e aspetos a melhorar.

Segundo o parecer da docente, destaquei-me pela participação ativa, atempada e aprofundada no fórum, cumprindo com empenho as tarefas propostas. Contudo, a minha reflexão individual revelou lacunas formais e normativas, nomeadamente:

  • Uso alternado da norma europeia e da norma brasileira da língua portuguesa;
  • Desfasamento entre as referências citadas no texto e a lista bibliográfica final (págs. 2 e 3);
  • Alguma superficialidade no rigor académico exigido.

🔎 O que aprendi com este feedback?

O comentário da Professora levou-me a rever cuidadosamente o meu texto, corrigindo a inconsistência normativa (mantendo apenas a norma europeia de português) e alinhando corretamente as citações com a lista de referências finais, segundo as normas APA 7.

Reforcei também a necessidade de uma síntese mais académica e de maior profundidade conceptual, garantindo que cada referência é devidamente contextualizada no argumento. Aproveitei para melhorar a minha capacidade de articulação crítica e autocorreção.

📚 Investigação Digital: Perspetiva Pessoal

Ao refletir sobre o conceito de E-Research, considero que este novo paradigma vai muito além da digitalização de processos. Como defendi no fórum, trata-se de uma mudança epistemológica, onde a investigação se torna colaborativa, ética e sustentada em tecnologias emergentes.

Interações com colegas como Eliana, Andréa e Magna revelaram-se inspiradoras: do uso de software como o NVivo à valorização da Ciência Aberta, passando pelas desigualdades de acesso digital. Estes contributos reforçaram a dimensão coletiva da investigação em rede.

🌱 Compromisso para o futuro

Assumo o compromisso de manter um estilo académico mais rigoroso, coerente e aprofundado nas próximas atividades. Quero transformar cada comentário recebido em oportunidade real de crescimento. Esta experiência ajudou-me a ver a avaliação não como fim, mas como parte do processo reflexivo e formativo.

Seguimos para os Temas 2 e 3 com mais consistência, humildade e espírito crítico.

Maria Sousa Videira · UC 12089 – Mestrado em Pedagogia do eLearning · Universidade Aberta

sábado, 17 de maio de 2025

🔍 E-Research: Um Novo Paradigma para a Investigação Científica em Contextos Digitai

🔍 E-Research: Um Novo Paradigma para a Investigação Científica em Contextos Digitais



Unidade Curricular: 12089_24_01 – Metodologia de Investigação em Contextos Online
Autora: Maria Sousa Videira · Turnitin ID: 2616060164


📘 Introdução

Vivemos uma era em que a investigação científica está a ser profundamente reformulada pelas tecnologias digitais. Neste contexto, o conceito de E-Research representa muito mais do que a simples transição para plataformas online — constitui uma mudança de paradigma, que transforma a forma como recolhemos, analisamos e partilhamos conhecimento.

📚 O que é afinal o E-Research?

Segundo Anderson e Kanuka (2003), “o E-Research integra métodos digitais e implica transformações epistemológicas e éticas profundas na forma de fazer ciência.”

A investigação digital não se limita ao uso de ferramentas tecnológicas, mas propõe uma nova forma de pensar a ciência — mais aberta, colaborativa, interdisciplinar e crítica.

🌐 Princípios Fundamentais da Investigação Digital

  • 💡 Virtualização: adaptação metodológica à natureza dos ambientes online (Zawacki-Richter & Anderson, 2014);
  • 📖 Ciência Aberta: partilha de dados, transparência e acesso livre (Jhangiani & Biswas-Diener, 2017);
  • 🧠 Novas metodologias: big data, etnografia digital, análise de redes sociais, IA (Morgado & Costa, 2018);
  • 🔒 Ética Digital: anonimato, consentimento informado digital e proteção de dados (Pereira et al., 2021);
  • 📊 Validade e fiabilidade: triangulação, verificação de fontes e replicabilidade (Creswell & Creswell, 2018).

📌 Exemplos Práticos e Aplicações

O E-Research é aplicado com sucesso em áreas como:

  • 👥 Ciências Sociais e Educação: estudo de fóruns, MOOCs, ambientes virtuais;
  • 💻 Humanidades Digitais: análise computacional de textos e arquivos históricos;
  • 🧬 Ciências da Saúde: análise em tempo real de dados epidemiológicos e estudos colaborativos globais.

🧭 O Meu Olhar Crítico

Ao explorar o E-Research, fiquei particularmente sensibilizada para o equilíbrio necessário entre inovação tecnológica e responsabilidade ética. A tecnologia oferece oportunidades extraordinárias, mas levanta questões delicadas: Como garantir a privacidade dos participantes? Estaremos preparados para interpretar dados gerados por algoritmos?

Acredito que a alfabetização digital dos investigadores deve ser uma prioridade. E que o E-Research deve ser entendido não como substituição de práticas antigas, mas como um reconfigurar crítico da investigação científica, com foco na integridade e na inclusão.

🎯 Conclusão

O E-Research é, hoje, uma ferramenta poderosa, mas também uma responsabilidade científica e ética. Ao longo deste trabalho, compreendi que investigar no digital implica mais do que saber usar tecnologia: exige consciência, cuidado e rigor. E é este compromisso que pretendo levar para a minha prática enquanto investigadora em educação.


📖 Referências Bibliográficas

  • Anderson, T., & Kanuka, H. (2003). E-Research: Methods, Strategies, and Issues. Pearson Education.
  • Coutinho, C. P. (2018). Metodologia de Investigação em Ciências Sociais e Humanas. Almedina.
  • Creswell, J. W., & Creswell, J. D. (2018). Research Design (5.ª ed.). SAGE.
  • Jhangiani, R. S., & Biswas-Diener, R. (2017). Open. Ubiquity Press.
  • Morgado, L., & Costa, A. (2018). Tendências em Educação a Distância. Revista Brasileira de Política e Administração da Educação.
  • Pereira, A., et al. (2021). Observação e Design-Based-Research em contextos online.
  • Weller, M. (2020). 25 Years of Ed Tech. AUP.
  • Zawacki-Richter, O., & Anderson, T. (2014). Online Distance Education. AUP.

Etiquetas: MPeL_Metodologia de Investigação, E-Research, Investigação Digital, Ética em Educação, Ciência Aberta

quinta-feira, 15 de maio de 2025

1. E-Research | Metodologia de Investigação em Contextos Online: conceitos e princípios fundamentais

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Fórum do Tema 1 






E-Research | Metodologia de Investigação em Contextos Online: conceitos e princípios fundamentais

Este espaço destina-se ao debate conjunto com vista à definição de E-Research e à caracterização de conceitos e princípios fundamentais da Metodologia de Investigação em Contextos Online.


Maria Isilia Pereira de Sousa Videira

 

E-Research e a Metodologia de Investigação em Contextos Online: Conceitos e Princípios Fundamentais

Número de respostas: 5

 Introdução

A investigação científica tem sido profundamente transformada pela digitalização e pela emergência das tecnologias de informação e comunicação (TIC). Neste contexto, o E-Research emerge como um novo paradigma de investigação que integra ferramentas digitais e metodologias online para recolha, análise e disseminação de dados. Esta abordagem não só amplia as possibilidades de pesquisa, como também desafia os métodos tradicionais, exigindo novas reflexões sobre validade, ética e rigor científico (Anderson & Kanuka, 2003).

 Definição de E-Research

E-Research pode ser definido como a utilização de tecnologias digitais para conduzir investigações científicas em diferentes áreas do conhecimento. A sua prática abrange desde a recolha e análise de grandes volumes de dados (big data) até à colaboração global entre investigadores, permitindo novas formas de partilha e produção de conhecimento (Coutinho, 2018; Jung, 2019).

Segundo Anderson e Kanuka (2003), o E-Research não se limita ao uso de ferramentas tecnológicas, mas implica também mudanças epistemológicas, metodológicas e éticas. A investigação em ambientes digitais desafia as abordagens tradicionais, promovendo metodologias inovadoras que incluem análises automatizadas, mineração de dados, inteligência artificial e pesquisa colaborativa.


 Princípios Fundamentais da Metodologia de Investigação em Contextos Online

A investigação em contextos digitais requer a aplicação de métodos adaptados à natureza dos ambientes virtuais. Os princípios fundamentais que orientam a metodologia de investigação online são:

 Digitalização e Virtualização da Investigação

A pesquisa digital não se limita à transposição dos métodos tradicionais para o meio online, mas sim à reformulação das abordagens metodológicas, aproveitando o potencial das TIC para novas formas de recolha e análise de dados (Zawacki-Richter & Anderson, 2014).

3.2. Abertura e Acessibilidade da Informação

O conceito de Open Science e Open Educational Resources (OER) tem ganho relevância, promovendo o acesso livre a publicações, dados e recursos educacionais. Este princípio visa democratizar o conhecimento científico e fomentar a colaboração global (Jhangiani & Biswas-Diener, 2017; Cardoso & Pestana, 2018).

 Métodos de Recolha e Análise de Dados Online

A investigação em contextos digitais inclui metodologias quantitativas e qualitativas que exploram novas fontes de dados, tais como:

  • Mineração de dados e análise de big data;
  • Análise de redes sociais e interações online;
  • Inquéritos e entrevistas online;
  • Observação e análise de fóruns e comunidades virtuais (Morgado & Costa, 2018).

 Ética e Privacidade na Investigação Digital

A recolha e tratamento de dados online exigem especial atenção a questões éticas, nomeadamente:

  • Consentimento informado digital;
  • Proteção de dados pessoais e anonimização;
  • Transparência e rigor na apresentação de resultados (Pereira et al., 2021).

 Validade e Fiabilidade na Investigação Online

A investigação digital enfrenta desafios relacionados com a autenticidade dos dados e a sua representatividade. Métodos como a triangulação de fontes e a verificação de credibilidade são essenciais para garantir a qualidade dos estudos (Creswell & Creswell, 2018; Ribeiro, 2018).

Colaboração Científica Digital

O E-Research facilita a investigação colaborativa internacional, promovendo o trabalho conjunto entre instituições e investigadores através de plataformas digitais, repositórios de dados abertos e redes académicas globais (Weller, 2020).


 Aplicações do E-Research

A metodologia de investigação digital tem sido amplamente aplicada em diversas áreas do conhecimento. Exemplos incluem:

  • Ciências Sociais e Educação: Análises de tendências em ensino a distância e práticas educacionais abertas (Cardoso & Pestana, 2022).
  • Ciências da Saúde: Estudos epidemiológicos baseados em dados de saúde recolhidos em tempo real (Coutinho, 2018).
  • Humanidades Digitais: Investigação em arquivos históricos digitalizados e análise textual automatizada (Tuckman, 2012).

 Conclusão

E-Research representa um avanço significativo na forma como a ciência é produzida, promovendo uma investigação mais acessível, colaborativa e inovadora. No entanto, impõe desafios metodológicos e éticos que exigem uma adaptação contínua dos investigadores. A crescente digitalização da pesquisa científica reforça a importância de um pensamento crítico sobre a validade dos métodos e a integridade dos dados utilizados.


 Referências Bibliográficas

  • Anderson, T., & Kanuka, H. (2003). e-Research: Methods, Strategies, and Issues. USA: Pearson Education.
  • Cardoso, T. & Pestana, F. (2022). O programa WEIWER® como nova alfabetização: casos à Luz de uma tipologia de Práticas Educacionais Abertas. In J. Rodrigues & M. Marques (Org.), Ciências socialmente aplicáveis: integrando saberes e abrindo caminhos (vol. VI, pp. 126–139). Editora Artemis. Disponível em.
  • Cardoso, T., Alarcão, I., & Celorico, J.A. (2010). Revisão da Literatura e Sistematização de Conhecimento. Porto: Porto Editora.
  • Coutinho, C. P. (2018). Metodologia de Investigação em Ciências Sociais e Humanas - Teoria e Prática. Coimbra: Editora Almedina.
  • Creswell, J. W., & Creswell, J. D. (2018, 5.ª ed.). Research design: qualitative, quantitative, and mixed methods approaches. Los Angeles: SAGE.
  • Jhangiani, R. S., & Biswas-Diener, R. (2017). Open. London: Ubiquity Press. DOI: https://doi.org/10.5334/bbc.
  • Jung, I. (2019). Open and Distance Education Theory Revisited. Springer.
  • Morgado, L., & Costa, A. (2018). Mapeamento das tendências de investigação em Educação a Distância e Elearning, na década 2004-2013: estudo exploratório no contexto português. Revista Brasileira de Política e Administração da Educação, 34(1), 53–71. Disponível em.
  • Pereira, A., Cardoso, T., Monteiro, V.C., & Pombo, C. (2021). Observação e Design-Based-Research em contextos online. Disponível em.
  • Ribeiro, G. M. (2018). Novo Manual de Investigação: do rigor à originalidade, como fazer uma tese no século XXI. Lisboa: Editora Contraponto.
  • Tuckman, B. W. (2012, 4.ª ed.). Manual de Investigação em Educação. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.
  • Weller, M. (2020). 25 Years of Ed Tech. Athabasca: AUP.
  • Zawacki-Richter, O., & Anderson, T. (2014). Online distance education: Towards a research agenda. Athabasca: AUP.

Mapa mental que representa a definição de E-Research



(colega nao deu autorização  de colocar os dados ) a responder a Maria Isilia Pereira de Sousa Videira

 

Re: E-Research e a Metodologia de Investigação em Contextos Online: Conceitos e Princípios Fundamentais

Olá, Maria

Presumo que em seu post, já colocaste uma versão adaptada do artigo e_Research, apresentando um perspectiva fundamentada por referenciais teóricos que agregaram valor ao conteúdo original.

Definição e-Research

Especificamente em relação a definição de e-research apresentada por você, nos remete a algo além da influência dos recursos tecnológicos exercem nos processos metodológicos de pesquisa acadêmica,  pois o termo reflete muito mais a perspectiva das práticas  e  da abrangência  que o referido conceito traz à área da investigação.

Acredito que o desafio central dessa ampla gama de recursos que a e_research  dispõe, reside na adequação dos meios aos fins e do preparo dos pesquisadores para a utilização desses recursos para a decorrente  análise e interpretação dos resultados alcançados.  

Como as inovações tecnológicas são constantes, permanente também deve ser a busca pelo aperfeiçoamento das técnicas e atualização dos conhecimentos metodológicos da e_research.

Aplicação do e_research

Tendo por base uma visa integradora e multidisciplinar, bem como todos os elementos ilustrados no Mapa Mental apresentado por você, penso que a e_research tem potencial para ser utilizada em qualquer área de conhecimento, salvo em situações muito específicas que não careçam de ampliação do campo de pesquisa no que concerne à recolha e análise de dados, ou mesmo a necessidade de otimização de acesso à público-alvo e informações.

Nesse sentido,  com a devida adequação dos meios aos fins a que se destina cada investigação, acredito que a e-Research possui potencial para transformar a pesquisa em diferentes campos do conhecimento, proporcionando novos métodos e abordagens para a investigação científica.

Obrigada por compartilhar!

Um abraço,


Maria Isilia Pereira de Sousa Videira a responder a Andréa Veiga

 

E-Research

Cara ...,

Agradeço a tua reflexão e o aprofundamento crítico que introduziste na discussão sobre o E-Research e a sua aplicabilidade na investigação contemporânea. Os teus comentários destacam aspetos essenciais que devem ser considerados quando analisamos a emergência das metodologias digitais na investigação científica, nomeadamente a abrangência deste conceito, a necessidade de adequação metodológica e a contínua evolução dos recursos tecnológicos disponíveis para os investigadores.

Research: Mais do que uma Ferramenta, um Paradigma Transformador

Concordo com a tua perspetiva de que o E-Research não se reduz à mera adoção de ferramentas digitais, mas traduz uma transformação epistemológica que redefine os processos de produção do conhecimento. A investigação científica tem sido historicamente moldada pelos recursos tecnológicos disponíveis em cada época, e o surgimento das TIC permitiu não apenas a aceleração e automação de processos, mas também o desenvolvimento de novas abordagens metodológicas que desafiam os paradigmas tradicionais (Anderson & Kanuka, 2003).

A globalização do conhecimento, impulsionada pela digitalização, ampliou significativamente as possibilidades de colaboração científica. Hoje, através de plataformas digitaisbases de dados abertas e inteligência artificial, os investigadores podem aceder a um volume inédito de informação, potenciando novas formas de análise e interpretação de dados (Weller, 2020). No entanto, esta transição também coloca desafios que exigem uma revisão crítica das práticas investigativas, particularmente no que se refere à validade, fiabilidade e reprodutibilidade dos estudos.

Adequação Metodológica: O Desafio Central do E-Research

Tal como referiste, um dos grandes desafios do E-Research reside na adequação dos métodos às especificidades dos contextos digitais. Nem todas as áreas do conhecimento beneficiam de forma igual da digitalização, e a escolha das ferramentas metodológicas deve ser orientada pelos objetivos da investigação. A adoção acrítica de tecnologias pode comprometer a validade dos resultados, especialmente se não houver uma reflexão sobre as limitações inerentes às metodologias digitais (Creswell & Creswell, 2018).

A utilização de big data, por exemplo, abre novas possibilidades na investigação quantitativa, mas levanta questões sobre a qualidade dos dados recolhidosa representatividade das amostras e o viés algorítmico presente nas análises automatizadas (Zawacki-Richter & Anderson, 2014). Por outro lado, as abordagens qualitativas beneficiam do acesso a novas formas de interação e recolha de dados (como a etnografia digital e a análise de redes sociais), mas enfrentam desafios éticos e metodológicos complexos, como a proteção da privacidade dos participantes e a necessidade de consentimento informado digital (Pereira et al., 2021).

A tua observação sobre a importância da capacitação dos investigadores para lidar com estes desafios é essencial. O domínio técnico das ferramentas digitais deve ser complementado por um pensamento crítico e reflexivo que garanta a transparência e o rigor científico dos estudos desenvolvidos.

O Papel do Investigador na Era Digital

A rápida evolução tecnológica obriga os investigadores a manterem um compromisso contínuo com a atualização e aprimoramento das suas competências metodológicas. À semelhança do que acontece noutras áreas da ciência, a investigação digital deve ser acompanhada por um debate permanente sobre as suas implicações epistemológicas e éticas.

Ao promovermos um E-Research mais crítico e responsável, conseguimos maximizar os benefícios das tecnologias digitais sem comprometer os princípios fundamentais da investigação científica. A construção de diretrizes metodológicas sólidas e a promoção de boas práticas no uso das tecnologias são passos fundamentais para consolidar a credibilidade deste novo paradigma investigativo.

Agradeço-te mais uma vez pelas tuas reflexões, que certamente enriquecem a nossa compreensão sobre este tema. O debate sobre o E-Research está longe de estar encerrado, e acredito que a sua evolução continuará a trazer novas oportunidades e desafios que exigem uma análise contínua e aprofundada.

Com os melhores cumprimentos,

Maria Sousa Videira

Etiquetas:

Maria Isilia Pereira de Sousa Videira a responder a Andréa Veiga

 

Fundamentação da Conclusão: E-Research como Paradigma Transformador na Investigação em Educação

Caros colegas e professora,

A experiência neste fórum foi, para mim, uma verdadeira viagem de descoberta sobre o potencial da E-Research enquanto paradigma transformador na investigação em educação. Não se trata apenas de incorporar ferramentas digitais às práticas que já conhecemos, mas de abraçar uma mudança mais profunda, que nos desafia a repensar os alicerces epistemológicos e metodológicos do que fazemos. Este pensamento ecoa o que Anderson e Kanuka (2003) descrevem como uma evolução necessária no campo da investigação.

Através das nossas trocas, percebi como a E-Research se alinha com os ideais da Ciência Aberta – transparência, colaboração e acessibilidade –, algo que me marcou especialmente ao explorar o Manual de Formação em Ciência Aberta da plataforma Foster. Esta visão ressoou em mim como uma promessa de democratização do conhecimento, abrindo portas para que mais vozes sejam ouvidas na construção do saber. A colaboração virtual, tão central neste modelo, pareceu-me uma janela para redes globais de investigação, embora traga consigo dilemas sobre equidade e autoria, questões que Weller (2020) aborda com tanta clareza.

No plano metodológico, impressionou-me a forma como as ferramentas digitais – como o NVivo, o Leximancer ou o Gephi – podem enriquecer a nossa análise, oferecendo rigor e profundidade à exploração de dados complexos. Este foco na precisão científica é, para mim, um dos pilares que sustentam a credibilidade da E-Research e que me fez valorizar ainda mais o nosso diálogo coletivo.

Os desafios, contudo, não passaram despercebidos. As questões éticas, sobretudo em torno da privacidade e da fiabilidade dos dados no contexto dos big data, tocaram-me particularmente. Inspirando-me em Coutinho (2018), vejo a urgência de normas éticas sólidas que guiem este caminho, equilibrando inovação e responsabilidade. Este é um ponto que me fez refletir longamente sobre o impacto das nossas escolhas enquanto investigadores.

Pensar a E-Research no contexto lusófono trouxe-me um sentido de pertença e propósito. Senti que adaptar este paradigma às nossas realidades – com exemplos como a análise de corpora linguísticos – pode ser um passo para promover equidade e inclusão no nosso espaço académico. Esta ideia ganhou forma nas nossas discussões e reforçou a minha convicção de que a investigação deve refletir as especificidades da comunidade que a acolhe.

Por fim, as perguntas que me atravessaram ao longo deste processo – sobre a validade dos dados, o equilíbrio entre abertura e privacidade, ou as barreiras tecnológicas que ainda enfrentamos – são, para mim, um convite à reflexão contínua. Elas desafiam-me a imaginar uma prática investigativa que seja inovadora, sim, mas também profundamente responsável e humana.

Esta jornada no fórum, enriquecida pelas vossas perspetivas, consolidou em mim a certeza de que a E-Research é mais do que um método: é um compromisso com uma investigação em educação que dialogue com o mundo, mas que nunca perca de vista as nossas raízes lusófonas. Que este seja apenas o início de muitas explorações neste campo tão promissor.

Referências Bibliográficas

- Anderson, T., & Kanuka, H. (2003). *E-Research: Methods, Strategies, and Issues*. Pearson Education.
- Coutinho, C. P. (2018). *Metodologia de investigação em Ciências Sociais e Humanas: Teoria e prática*. Editora Almedina.
- FOSTER. (2018). *Manual de formação em ciência aberta*. Recuperado de https://foster.gitbook.io/manual-de-formacao-em-ciencia-aberta
- Weller, M. (2020). *The Battle for Open: How Openness Won and Why It Doesn’t Feel Like Victory*. Ubiquity Press.

Com os melhores cumprimentos,  
Maria Sousa Videira

Maria Isilia Pereira de Sousa Videira a responder a Maria Isilia Pereira de Sousa Videira

 

E-Research -Identificação e Caracterização de Conceitos e Princípios Fundamentais da E-Research | Metodologia de Investigação em Contextos Online

1. Recurso selecionado e justificação

Para aprofundar a compreensão sobre E-Research, selecionei o seguinte recurso:

Obra selecionada

Anderson, T., & Kanuka, H. (2003). E-Research: Methods, Strategies, and Issues. Pearson Education.

Justificação da escolha

Esta obra constitui uma referência central no estudo da E-Research, apresentando uma análise estruturada das suas metodologias, desafios e implicações. Anderson e Kanuka (2003) exploram não apenas o impacto das tecnologias digitais na investigação científica, mas também as mudanças epistemológicas e metodológicas que esta transição implica. Ao abordar temas como a recolha e análise de dados em ambientes digitais, a ética na investigação online e as transformações na comunicação científica, este livro fornece um quadro teórico abrangente que é essencial para compreender os princípios fundamentais da E-Research.

Além disso, a relevância deste recurso justifica-se pelo seu caráter pioneiro, já que foi uma das primeiras publicações a sistematizar o conceito de E-Research, distinguindo-o da mera digitalização de processos tradicionais. A sua abordagem crítica permite não apenas entender as potencialidades da investigação online, mas também refletir sobre os desafios associados à validade e fiabilidade dos dados recolhidos em contextos digitais.

. Análise comentada do artigo na Wikipédia em Espanhol ("e-Research – Wikipedia, la enciclopedia libre")

Após uma leitura crítica do artigo disponível na Wikipédia em espanhol, identifiquei vários aspetos que merecem consideração:

Aspetos positivos

  • O artigo introduz uma definição geral do conceito de E-Research, destacando a sua relação com as tecnologias digitais.
  • Menciona algumas aplicações do E-Research em diferentes áreas do conhecimento.
  • Faz referência a questões éticas associadas à investigação digital, embora de forma muito breve.

Pontos a melhorar

  • Ausência de fundamentação teórica: O artigo não apresenta referências bibliográficas que sustentem as afirmações feitas, o que compromete a sua credibilidade como fonte académica.
  • Definição limitada: A definição apresentada é demasiado genérica e não contempla a complexidade do conceito de E-Research, especialmente no que diz respeito à sua relação com as mudanças metodológicas e epistemológicas da ciência digital.
  • Omissão de metodologias específicas: O artigo não explica detalhadamente os métodos utilizados na E-Research, como a mineração de dados, análise de redes sociais, inteligência artificial aplicada à investigação e metodologias colaborativas.
  • Falta de aprofundamento na dimensão ética: Apesar de mencionar aspetos éticos, o artigo não discute questões fundamentais como o consentimento informado digital, a proteção de dados pessoais e os desafios metodológicos da anonimização na investigação online.
  • Descontextualização histórica e epistemológica: O artigo não distingue E-Research de outras formas de investigação mediadas por tecnologia, nem discute como este conceito se insere no movimento mais amplo da Ciência Aberta.

Opinião fundamentada

A análise do artigo demonstra que, embora a Wikipédia seja um ponto de partida útil para a compreensão geral de um conceito, a falta de rigor académico compromete a fiabilidade da informação apresentada. A ausência de fontes científicas, bem como a superficialidade na abordagem dos métodos e desafios da E-Research, indicam que o artigo requer uma revisão substancial. Um artigo mais completo deveria incluir uma revisão da literatura científica sobre o tema, abordando as transformações metodológicas que a investigação digital introduziu e discutindo os seus impactos na produção e disseminação do conhecimento.

3. Propostas de melhoria do artigo para adequação à realidade lusófona

Para garantir um conteúdo mais estruturado e adequado ao contexto lusófono, proponho as seguintes melhorias ao artigo:

Inclusão de uma definição mais rigorosa e fundamentada

  • Introduzir uma definição baseada em literatura científica, distinguindo E-Research de meras ferramentas digitais de apoio à investigação.
  • Explicar como a E-Research se insere no contexto mais amplo da Ciência Aberta, promovendo o acesso aberto a dados, publicações e ferramentas colaborativas.

Expansão da secção metodológica

  • Detalhar as principais metodologias utilizadas na E-Research, como:
    • Análise de big data
    • Mineração de dados
    • Etnografia digital
    • Análise de redes sociais
    • Pesquisa colaborativa e ciência cidadã
  • Fornecer exemplos concretos de investigações realizadas com estas metodologias, demonstrando a sua aplicabilidade em diferentes domínios científicos.

Reforço da dimensão ética e legal

  • Explorar em maior profundidade os desafios éticos da investigação digital, abordando:
    • Proteção de dados pessoais
    • Consentimento informado digital
    • Anonimização e segurança na recolha de dados online
    • Manipulação e enviesamento algorítmico na análise de grandes volumes de dados
  • Discutir as implicações do Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados (RGPD) na investigação digital na União Europeia.

Integração de exemplos da realidade lusófona

  • Incluir referências a investigações conduzidas em países de língua portuguesa que adotam metodologias de E-Research.
  • Mencionar plataformas académicas lusófonas que promovem o acesso aberto à ciência, como SciELO Brasil e RCAAP (Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal).

Criação de um artigo na Wikipédia em português

Dado que a Wikipédia em português não possui um artigo dedicado a E-Research, propõe-se a criação de um novo texto que contemple todas as melhorias mencionadas, garantindo um conteúdo mais rigoroso e adequado à realidade lusófona.

Conclusão

Através desta análise, foi possível identificar e aprofundar os conceitos e princípios fundamentais da E-Research, refletindo criticamente sobre as suas metodologias, desafios e potencialidades. A revisão do artigo na Wikipédia em espanhol demonstrou que, apesar de ser um ponto de partida útil, apresenta lacunas significativas que comprometem a sua validade académica. As propostas de melhoria sugeridas visam garantir uma maior fundamentação teórica, precisão metodológica e adequação ao contexto lusófono, contribuindo para a construção de um artigo mais sólido e informativo.

Maria Isilia Pereira de Sousa Videira a responder a Maria Isilia Pereira de Sousa Videira

 

Re: E-Research -Identificação e Caracterização de Conceitos e Princípios Fundamentais da E-Research | Metodologia de Investigação em Contextos Online

Caras Colegas, e professora Teresa,

 O debate em torno do E-Research "permanece em constante evolução", refletindo as profundas transformações que a digitalização trouxe à produção do conhecimento científico. A investigação académica, ao longo da história, tem sido moldada pelos avanços tecnológicos e, neste contexto, as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) assumem um papel central na redefinição das metodologias científicas (Anderson & Kanuka, 2003). No entanto, mais do que uma mera digitalização de processos tradicionais, o E-Research representa uma mudança estrutural que desafia as práticas convencionais de recolha, análise e disseminação de dados (Zawacki-Richter & Anderson, 2014).

 Deste modo, concordo que a questão da adequação metodológica se revela fulcral. Nem todas as áreas do conhecimento beneficiam de igual forma da digitalização, exigindo uma análise cuidadosa sobre a aplicabilidade e as limitações das novas abordagens digitais. O risco de uma adoção acrítica das ferramentas tecnológicas é real e pode comprometer a validade dos estudos, especialmente se não forem considerados fatores como a qualidade dos dados, a representatividade das amostras ou os vieses algorítmicos presentes na análise automatizada (Creswell & Creswell, 2018).

 A par destas questões, a investigação científica enfrenta desafios éticos incontornáveis. A recolha e tratamento de dados em ambientes digitais levanta preocupações relativamente à privacidade dos participantes, à proteção de dados pessoais e à transparência no uso das informações recolhidas. Pereira et al. (2021) sublinham a importância de práticas éticas rigorosas, nomeadamente no que concerne ao consentimento informado digital e à anonimização dos dados. Além disso, a crescente automatização dos processos analíticos exige uma vigilância constante sobre o enviesamento algorítmico e a fiabilidade das fontes de informação utilizadas.

 O Papel da Ciência Aberta no Contexto do E-Research

 Outro aspeto relevante prende-se com a relação entre E-Research e o movimento da Ciência Aberta, que tem vindo a ganhar destaque nas últimas décadas. A defesa do acesso livre a publicações científicas, a partilha de dados abertos e a promoção de metodologias colaborativas são elementos fundamentais para a democratização do conhecimento (Jhangiani & Biswas-Diener, 2017). Contudo, esta mudança de paradigma não está isenta de desafios. Como referem Cardoso e Pestana (2018), a acessibilidade dos dados e dos recursos científicos deve ser acompanhada por uma reflexão crítica sobre a sua fiabilidade e sobre os critérios de avaliação da produção académica.

 No domínio das Humanidades Digitais, por exemplo, a utilização de bases de dados abertas e a aplicação de métodos computacionais à análise textual têm proporcionado avanços significativos. No entanto, a interpretação dos resultados continua a exigir um olhar crítico e contextualizado, sob pena de se reduzirem fenómenos culturais complexos a simples padrões quantitativos (Tuckman, 2012). Assim, a par da introdução de novas metodologias, é fundamental que os investigadores desenvolvam competências que lhes permitam integrar eficazmente os métodos digitais nas suas análises, sem descurar a profundidade conceptual das suas abordagens.

 

E-Research e o Futuro da Investigação Científica

 O E-Research abre portas a novas formas de colaboração científica, permitindo que investigadores de diferentes geografias trabalhem em conjunto, partilhando recursos e metodologias através de plataformas digitais (Weller, 2020). Esta realidade é particularmente relevante no contexto da investigação interdisciplinar, onde a partilha de dados e a integração de perspetivas diversas podem enriquecer significativamente os resultados obtidos.

 Contudo, como apontam Ribeiro (2018) e Creswell e Creswell (2018), a crescente digitalização da investigação exige um compromisso contínuo com a fiabilidade dos estudos e com o rigor metodológico. A validação dos dados, a replicabilidade dos estudos e a transparência dos processos analíticos devem ser princípios orientadores fundamentais para garantir a credibilidade do conhecimento produzido em contextos digitais.

 No plano da formação académica, este debate reforça a necessidade de dotar os investigadores das competências necessárias para lidarem com os desafios do E-Research. Como sublinham Anderson e Kanuka (2003), a transição para a investigação digital não implica apenas o domínio de ferramentas tecnológicas, mas exige uma compreensão aprofundada das implicações epistemológicas e metodológicas associadas a este novo paradigma.

 Conclusão

 O debate sobre o E-Research não se esgota na identificação das suas potencialidades, mas requer um exame crítico dos desafios que lhe estão associados. A adequação metodológica, a ética na investigação digital e a construção de diretrizes rigorosas para a fiabilidade dos estudos são aspetos fundamentais neste contexto. A rápida evolução das tecnologias coloca-nos perante um cenário dinâmico, onde a inovação metodológica deve caminhar lado a lado com a reflexão crítica e a responsabilidade científica.

 

Deste modo, acredito que, ao longo deste percurso académico, teremos a oportunidade de aprofundar estas discussões, contribuindo para a construção de um modelo de investigação mais robusto, transparente e eticamente responsável. Agradeço a todas as colegas pelas suas reflexões, que enriquecem significativamente esta troca de ideias.

 

Referências Bibliográficas

Anderson, T., & Kanuka, H. (2003). E-Research: Methods, Strategies, and Issues. Pearson Education.

Cardoso, T., & Pestana, F. (2018). O programa WEIWER® como nova alfabetização: casos à Luz de uma tipologia de Práticas Educacionais Abertas. Editora Artemis.

Coutinho, C. P. (2018). Metodologia de Investigação em Ciências Sociais e Humanas - Teoria e Prática. Coimbra: Editora Almedina.

Creswell, J. W., & Creswell, J. D. (2018). Research design: qualitative, quantitative, and mixed methods approaches (5.ª ed.). Los Angeles: SAGE.

Jhangiani, R. S., & Biswas-Diener, R. (2017). Open. London: Ubiquity Press. DOI: https://doi.org/10.5334/bbc.

Pereira, A., Cardoso, T., Monteiro, V. C., & Pombo, C. (2021). Observação e Design-Based-Research em contextos online. Disponível em.

Ribeiro, G. M. (2018). Novo Manual de Investigação: do rigor à originalidade, como fazer uma tese no século XXI. Lisboa: Editora Contraponto.

Tuckman, B. W. (2012). Manual de Investigação em Educação (4.ª ed.). Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.

Weller, M. (2020). 25 Years of Ed Tech. Athabasca: AUP.

Zawacki-Richter, O., & Anderson, T. (2014). Online distance education: Towards a research agenda. Athabasca: AUP.

 

Com os melhores cumprimentos,

Maria de Sousa Videia