quinta-feira, 5 de junho de 2025

📘 Reflexão Final do 1.º Ano do Mestrado em Pedagogia do eLearning






                                   Maria Sousa Videira · Universidade Aberta · 2024/2025

🌐 Um Ano de Aprendizagem Significativa em Rede

Ao concluir o primeiro ano do Mestrado em Pedagogia do eLearning (MPeL) da Universidade Aberta, sinto que percorri um caminho de transformação académica, profissional e pessoal. Este percurso não se limitou à aquisição de conteúdos ou competências técnicas: representou, acima de tudo, uma reconfiguração da minha visão sobre a educação digital, sobre a função docente em ambientes online e sobre o papel das tecnologias na construção de experiências de aprendizagem mais humanas, críticas e inclusivas.

🔍 Ambientes Virtuais: Espaços de Mediação e Cuidado

A unidade curricular Ambientes Virtuais de Aprendizagem desafiou-me a repensar o conceito de “ambiente” na educação digital. Deixei de ver as plataformas apenas como ferramentas e comecei a entendê-las como ecossistemas de interações, habitados por sujeitos humanos e não humanos, como defende Floridi (2014). Neste sentido, compreendi que desenhar um espaço educativo digital é também um gesto ético e pedagógico.

Os debates, as leituras e as reflexões que partilhei nos fóruns assíncronos e no portefólio permitiram-me consolidar ideias centrais: a importância da intencionalidade pedagógica no uso das tecnologias (Moreira & Horta, 2020), o potencial transformador dos ambientes híbridos (UNESCO, 2021), e a urgência de uma mediação docente sensível, cuidadora e criativa (Moreira, 2023).

🧩 Avaliação Digital: Entre Autenticidade e Responsabilidade

Na UC Avaliação em Contextos de eLearning, aprofundei os desafios e possibilidades da avaliação online. Discutimos os limites da avaliação tradicional e explorámos modelos centrados na autenticidade, na personalização e na autorregulação (Conrad & Openo, 2018). Esta unidade levou-me a questionar as práticas avaliativas que reproduzem desigualdades e a defender uma avaliação que promova aprendizagens reais e transformadoras, mesmo em ambientes digitais.

💡 Do Saber Fazer ao Saber Ser Digital

O primeiro ano deste mestrado não me tornou apenas mais competente no uso de ferramentas digitais; tornou-me mais consciente das implicações sociais, éticas e culturais da educação online. Como educadora, sinto a responsabilidade de contribuir para uma prática pedagógica situada, crítica e humanizante, que valorize a escuta, a inclusão e a autonomia dos estudantes.

Percebi que educar no digital implica mais do que adaptar estratégias: é reimaginar a educação a partir de novos paradigmas. Isso inclui considerar as lógicas da infosfera (Floridi, 2014), integrar inteligências artificiais com consciência crítica (Open University, 2024) e fomentar a presença pedagógica, mesmo em ambientes mediados por ecrãs.

📚 Referências

  • Conrad, D., & Openo, J. (2018). Assessment strategies for online learning: Engagement and authenticity. Athabasca University Press.
  • Floridi, L. (2014). The fourth revolution: How the infosphere is reshaping human reality. Oxford University Press.
  • Moreira, A., & Horta, M. J. (2020). Educação e ambientes híbridos de aprendizagem: Um processo de inovação sustentada. Edições Universidade Aberta.
  • Moreira, A. (2023). Era híbrida, educação disruptiva e ambientes de aprendizagem [Vídeo]. YouTube.
  • Open University. (2024). Innovating pedagogy 2024: Open University innovation report 12. The Open University.
  • UNESCO. (2021). Reimaginar os nossos futuros juntos: Um novo contrato social para a educação.

✨ Conclusão: Caminhar com Consciência na Era Digital

Finalizo este ano com a certeza de que o eLearning não é apenas uma modalidade educativa, mas um campo de possibilidades que exige rigor, reflexão e compromisso. O portefólio que fui construindo ao longo dos meses não é apenas um repositório de trabalhos, mas um espelho do meu crescimento como profissional e investigadora.

Com humildade e entusiasmo, sigo para o segundo ano do MPeL com a convicção de que educar — mesmo no digital — continua a ser um ato profundamente humano.

Com um abraço académico e digital,
Maria de Sousa Videira