sexta-feira, 29 de novembro de 2024

@tividade 3- EQUIPA EPSILON Célia Ferreira Maria Isília Videira Marília Lopes Rafael Vieira Rui Rodrigues



"Estabilizada a noção de Sociedade em Rede e enquadrada a sua relação teórica com a cibercultura, importa agora discutir o sentido desta transformação social causada pela revolução tecnológica. A que nos conduz ela? Será mesmo que nos conduz a algum lugar ou não mais é do que uma encruzilhada de caminhos que não levam a lugar nenhum?


Na presente atividade, espera-se que simulem em equipa um confronto entre uma visão tipicamente otimista (representada por J. Baudrillard) e outra pessimista (representada por P. Virilio) da revolução tecnológica.

Cada equipa terá o seu fórum próprio para travar o referido debate. Em cada uma das equipas, os membros deverão distribuir os papéis entre si. Assim, um dos elementos deverá ser o moderador e os restantes deverão representar respetivamente um apoiante de cada uma das posições referenciadas atrás. Caberá ao moderador organizar o debate em torno de questões-chave que representem potenciais eixos de desacordo entre as duas visões."


Teoria de Paul Virilio e suas aplicações





Teoria de Paul Virilio e suas aplicações

por Célia Ferreira - 
Número de respostas: 3

Em que medida a teoria da dromologia de Paul Virilio, que enfatiza a velocidade e a aceleração na sociedade moderna, pode ser aplicada para entender os impactos da revolução tecnológica nas dinâmicas de poder e controlo social?

Re: Teoria de Paul Virilio e suas aplicações

por Maria Isilia Pereira de Sousa Videira - 
Boa tarde,

A teoria da dromologia de Paul Virilio sublinha a velocidade como um elemento central na organização das sociedades contemporâneas, realçando o impacto da revolução tecnológica sobre o poder e o controle social. A capacidade de empresas e governos em dominar tecnologias de comunicação confere-lhes uma influência significativa sobre comportamentos e informações, resultando em vigilância digital e controle em tempo real. Este fenómeno altera as dinâmicas de poder, beneficiando aqueles que dispõem de infraestrutura robusta e de uma capacidade de processamento ágil.

Quanto às respostas dos colegas, valorizo a diversidade de perspetivas apresentadas sobre a aceleração tecnológica. Alguns destacaram os benefícios, como a eficiência e a conectividade, enquanto outros alertaram para os riscos associados, como a vigilância excessiva e a redução da capacidade de reflexão. Esta pluralidade de opiniões enriquece o debate e evidencia a necessidade de equilibrar o progresso tecnológico com as preocupações de natureza humana. Esta reflexão conjunta é fundamental para atenuar os efeitos negativos da aceleração descontrolada.



Teoria de Baudrillard - desafios e consequências

por Célia Ferreira - 
Número de respostas: 2

De que maneira a teoria da revolução tecnológica de Baudrillard desafia as noções tradicionais de valor e significado na era da informação, e quais são as possíveis consequências sociais e culturais dessa transformação?

Re: Teoria de Baudrillard - desafios e consequências

por Maria Isilia Pereira de Sousa Videira - 
A teoria da revolução tecnológica de Jean Baudrillard desafia as noções tradicionais de valor e significado na era da informação ao propor que, neste novo paradigma, a realidade é progressivamente substituída por simulacros e hiper-realidades. Para Baudrillard, as representações mediadas pela tecnologia não apenas refletem o real, mas acabam por ultrapassá-lo, criando um universo onde o significado é deslocado da substância para a aparência, da autenticidade para a reprodução incessante de imagens e narrativas.
Na era da informação, a tecnologia dissolve as fronteiras entre o real e o simbólico, substituindo os valores tradicionais baseados em utilidade, verdade e profundidade por valores centrados na replicabilidade e na estética da imagem. O valor de um objeto, ideia ou relação deixa de ser determinado pela sua função ou essência e passa a ser definido pela sua capacidade de ser consumido como representação. Assim, o significado autêntico é desestabilizado, dando lugar a um sistema onde o simbólico é esvaziado de substância, e o que importa é o impacto visual, a virilidade ou a performatividade.

Baudrillard descreve este fenómeno como a ascensão da hiper-realidade, um estado em que as representações (sejam elas imagens, dados ou narrativas) se tornam mais reais do que a própria realidade que deveriam refletir. Este processo não apenas altera a forma como percebemos o mundo, mas também como atribuímos significado às coisas, às pessoas e aos eventos. A perda de conexão com o real torna-se evidente na predominância do efémero, do superficial e do espetacular, especialmente nas esferas mediadas pelas tecnologias digitais e pelos media.
As implicações desta transformação são profundas. Em termos sociais, a substituição de relações autênticas por interações mediadas por tecnologias intensifica a alienação. A comunicação humana é frequentemente reduzida a representações digitais que carecem de profundidade emocional e contexto, fragmentando as identidades e gerando uma experiência de vida dominada pela superficialidade e pelo imediatismo.

Culturalmente, esta lógica afeta a criação e o consumo de arte, conhecimento e cultura. Obras e ideias tornam-se cada vez mais orientadas para métricas de visibilidade e popularidade, ao invés de valores intrínsecos ou profundidade reflexiva. No domínio político, esta transformação amplifica os desafios da "pós-verdade", onde factos objetivos perdem relevância perante a força persuasiva das imagens e narrativas moldadas pelos media e pelas redes sociais.
Além disso, a ética e a moralidade também são impactadas, uma vez que o significado das ações humanas pode ser distorcido pela mediação tecnológica. Em vez de confrontar diretamente as consequências das decisões, as sociedades podem torná-las mais toleráveis ao reduzi-las a simulações ou imagens, muitas vezes desprovidas de contexto humano ou histórico.
A teoria de Baudrillard evidencia que a revolução tecnológica não apenas transforma os meios de comunicação e produção, mas altera profundamente as bases pelas quais atribuímos valor e significado ao mundo. Ao substituírem o real pelo hiper-real, as tecnologias contemporâneas geram um cenário cultural e social marcado pela alienação, pela superficialidade e pela fragmentação do significado. Este desafio exige uma reflexão crítica sobre como a sociedade pode recuperar formas de valor autêntico e significados profundos, resistindo à hegemonia dos simulacros e ao domínio da hiper-realidade.

sábado, 16 de novembro de 2024

Economia Digital e Criação de Novos Ecossistemas

 A emergência de ecossistemas digitais, como o e-commerce e os mercados digitais (e.g., Amazon, eBay, Etsy), demonstra a virtualização da economia. Estes sistemas não apenas criam novas oportunidades de negócio, mas também reconfiguram relações sociais e culturais, estabelecendo novas formas de interação entre consumidores e produtores.

Embora os aspetos positivos da cibercultura sejam amplamente reconhecidos, como a promoção do conhecimento colaborativo, a democratização da informação e a interconexão global, também emergem desafios que exigem uma análise crítica. A dependência crescente das tecnologias digitais, por exemplo, tem gerado preocupações significativas, particularmente no que diz respeito à privacidade dos indivíduos. A coleta massiva de dados pessoais por empresas e governos, bem como os frequentes casos de vazamento de informações sensíveis, colocam em risco um direito fundamental que, até então, era amplamente protegido. A privacidade, que outrora representava um pilar da liberdade individual, parece estar a ser progressivamente erodida pela digitalização do quotidiano.

Adicionalmente, um dos problemas mais graves associados à expansão da cibercultura é a desigualdade no acesso às tecnologias. Apesar da ubiquidade da internet e dos dispositivos digitais nas sociedades contemporâneas, persiste uma disparidade significativa no que diz respeito ao acesso à tecnologia, especialmente entre diferentes estratos sociais e regiões geográficas. Esta exclusão digital não só limita as oportunidades de participação ativa no mundo digital, como também acentua desigualdades económicas e sociais preexistentes. O fosso digital constitui, assim, um desafio importante que exige a implementação de políticas públicas eficazes para garantir o acesso equitativo às tecnologias e, por conseguinte, a inclusão de todos os cidadãos no processo de transformação digital.

Outro aspeto que não pode ser ignorado é o impacto da cibercultura na saúde mental e nas relações sociais. A crescente imersão no ambiente digital tem sido associada ao aumento de questões como o isolamento social, a ansiedade e a dependência das redes sociais. A velocidade das interações e a facilidade de troca de informação, embora apresentem benefícios inegáveis, também contribuem para a superficialização das relações, enfraquecendo os vínculos humanos mais profundos e autênticos. Este fenómeno exige uma reflexão crítica sobre os efeitos da digitalização no comportamento social, bem como a necessidade de um equilíbrio saudável entre a vida online e offline.

Neste contexto, a interpretação contemporânea da cibercultura sublinha a urgência de encontrar um equilíbrio entre os benefícios da inteligência coletiva — que permite o desenvolvimento de soluções inovadoras e colaborativas em escala global — e os riscos inerentes a um mundo cada vez mais digitalizado. A colaboração online, a troca de saberes e a partilha de informação são fatores que têm o potencial de transformar positivamente a sociedade. Contudo, a saturação de dados, a desinformação e a manipulação da informação também se constituem em desafios substanciais que não podem ser desconsiderados. O fenómeno das fake news, por exemplo, exemplifica como a tecnologia pode ser utilizada de forma prejudicial à verdade e à integridade do discurso público.

É neste cenário que a conceção de cibercultura proposta por Pierre Lévy mantém a sua relevância. A sua abordagem não se limita a um diagnóstico das transformações culturais e tecnológicas iniciadas no final do século XX, mas oferece uma perspetiva valiosa para analisar os desafios e as oportunidades que moldam a sociedade do século XXI. A teoria da inteligência coletiva de Lévy, ao enfatizar a distribuição do conhecimento e a interconexão entre indivíduos por meio das tecnologias digitais, constitui uma ferramenta analítica importante para compreendermos a complexidade da cibercultura contemporânea, considerando as suas potencialidades e limitações.


Imagem gerada por IA

Em síntese, a cibercultura é um fenómeno multifacetado e complexo, que, embora ofereça um vasto leque de possibilidades para a transformação social, acarreta também uma série de desafios significativos. A reflexão crítica sobre esses desafios é imperativa para que possamos maximizar os benefícios da era digital, ao mesmo tempo que preservamos os princípios éticos, sociais e individuais que são essenciais para uma convivência harmoniosa e justa na sociedade digital.



quarta-feira, 6 de novembro de 2024

Atividades de aprendizagem-trabalho individual (500 palavras máximo)

 Proposta da Atividade

Através da consulta de bases de dados nacionais e internacionais selecionem duas dissertações de mestrado ou teses de doutoramento na área do eLearning. Uma deve estar enquadrada no paradigma interpretativo ou sócio-crítico e outra no paradigma positivista. Indique os trabalhos selecionados, com link para o documento, e responda aos seguintes pontos:

·        Identifique o paradigma e a abordagem de investigação das dissertações ou teses que escolheu. Considera que a dissertação apresenta uma boa justificação do paradigma e abordagem de investigação? O paradigma é apresentado de forma clara ou está implícito na explicação da abordagem de investigação?

·        A dissertação explora questões de natureza ética? Existe uma secção que aborda esta temática? A recolha e tratamento dos dados protege o anonimato dos participantes?

Última alteração: terça-feira, 29 outubro 2024, 21:50




Atividade

atividade


quarta-feira, 30 de outubro de 2024

SOCIEDADE EM REDE -Definição

                                       SOCIEDADE EM REDE

por Maria Isilia Pereira de Sousa Videira - 
Número de respostas: 3

A sociedade em rede” é, portanto, uma configuração contemporânea na qual a conectividade digital e o determinismo informacional inter-etário entre pessoas, organizações e sistemas configuram a estrutura da organização social, cultural e relação econômica. Mais concretamente, tal forma de organização da realidade social difere das sociedades anteriores no sentido de que é definido pela formação de redes digitais dinâmicas; troca de informações em tempo real e acesso sob demanda ao conhecimento global mudam não apenas os padrões de comunicação, mas as próprias leis de produção de valor e distribuição de poder. Neste último caso, significa que o valor e a influência individual de cada agente são definidos pela sua posição e atividade dentro das redes; promove a interação livre entre agentes, mas simultaneamente reestrutura diferenças e classificações conhecidas. Em outras palavras, implica uma interconexão do globo, que se manifesta por superar barreiras geográficas e culturais, ao mesmo tempo que geram ambientes onde o fluxo de informação influencia continuamente decisões e processos de comportamento.

Perspetivas Futuras

Para falar sobre as perspetivas futuras e em alteração da sociedade em rede, será necessário analisar os elementos sociais e tecnológicos que formarão e continuarão a formar essa realidade. Avanços em TI, expansão da IoT, adoção de IA em múltiplas indústrias, desenvolvimento de tecnologias de blockchain* são alguns exemplos de tendências tecnológicas. Outras tendências incluirão mudanças no sistema de privacidade dos dados causadas pelo maior nível de conscientização sobre o assunto entre a população, a busca pela redução das diferenças no nível de inclusão digital das populações, e as preocupações sobre as desigualdades subjacentes na sociedade da rede.

*A tecnologia blockchain é um mecanismo de banco de dados avançado que permite o compartilhamento transparente de informações na rede de uma empresa.

 Alguns dos principais conceitos de Manuel Castells sobre a "sociedade em rede," 

1. Sociedade em Rede 
   - Estrutura social baseada em redes digitais e sistemas de informação.
   - Influencia e reconfigura as relações económicas, sociais e culturais.
  
2. Economia Informacional
   - Economia centrada na produção e gestão da informação como principal fonte de valor.
   - Integração global de mercados, com maior foco na inovação e tecnologia.

3. Espaço de Fluxos 
   - Novo conceito de espaço, onde a conectividade supera barreiras físicas.
   - Fluxos de informação e capital que conectam locais globais em redes digitais.

4. Identidade
   - A construção de identidade torna-se central em meio às mudanças sociais.
   - Três tipos de identidade: legitimadora (institucional), de resistência (identidades locais/culturais) e de projeto (identidades que buscam transformação social).

5. Poder em Rede
   - O poder é exercido através de redes de comunicação, especialmente os meios digitais.
   - Influência das elites informacionais sobre a economia e política global.

6. Cultura da Virtualidade Real
   - Cultura na qual a perceção da realidade é fortemente mediada por redes e imagens digitais.
   - Impacta valores, comportamentos e visão do mundo.

7. Desigualdade Digital  
   - Exclusão digital como forma de exclusão social.
   - Acesso desigual à informação cria novas hierarquias e limita oportunidades.

Esses conceitos descrevem a sociedade contemporânea como profundamente transformada pela tecnologia digital e pela interconectividade global, com consequências diretas na política, economia, cultura e identidade.

Bibliografia:

Castells, M. (2002) A Sociedade em Rede. A Era da Informação: Economia, Sociedade e Cultura, São Paulo, Editora Paz e Guerra 

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quinta-feira, 24 de outubro de 2024

Contrato de Aprendizagem

 

                        Contrato de Aprendizagem

por Maria Isilia Pereira de Sousa Videira - 
Número de respostas: 1

Boa noite, caros colegas e professor,

Partilho da opinião de algumas colegas relativamente à preocupação com o volume de atividades previstas no contrato de aprendizagem. Entre o trabalho individual, o trabalho de grupo, o trabalho final e a participação ativa nos fóruns, reconheço que, para trabalhadoras-estudantes como eu, inscritas em quatro unidades curriculares, será um desafio conciliar todas as responsabilidades. No entanto, acredito que o Sr. Professor possa considerar uma extensão dos prazos para entrega dos trabalhos, facilitando a gestão das várias exigências.

Gostaria também de solicitar, se possível, a disponibilização dos textos e materiais bibliográficos que iremos utilizar ao longo do semestre, com especial destaque para o livro de Castells, M. (2003) *A Sociedade em Rede. A Era da Informação: Economia, Sociedade e Cultura, Vol. 1*, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian. Como já foi mencionado por outras colegas, este livro encontra-se indisponível, mesmo após tentativas de consulta no Centro de Documentação da Universidade.

Por fim, seria possível facultar-nos o código ISBN dos livros indicados na bibliografia? Qualquer apoio adicional na localização dos textos será muito bem-vindo.

Agradeço desde já a atenção.

Maria Sousa Videira

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